A capacidade de observar, sentir, ouvir e perceber as coisas pelo ponto de vista da autoridade pessoal vai nos abrir novas portas. A forma como usaremos na vida a nossa autoestima e autoridade pessoal constitui mais um nível de aprendizado, onde também seremos testados. À medida que arrancamos e limpamos, como ervas daninhas, os chavões e as convicções grupais que identificamos, começamos a encontrar nossas próprias verdades e experimentar uma intuição mais refinada, que nos dá autoconfiança e respeito por nossa própria capacidade de perceber o que é certo ou errado para nós. Não aceitamos mais as verdades que servem a todo o mundo, mas queremos explorar pessoalmente se estas afirmações têm validade para nós.
Para transitar nesse território recomenda-se prudência e sabedoria. A prudência é uma virtude prática. Não tem o significado de astúcia, mas sim de um sentido para o que é certo no momento certo. Prudência não pode ser adquirida através do conhecimento, mas sim desenvolvendo a própria intuição e sensibilidade para o momento. Quando em uma sessão as frentes se endurecem, o que importa não é apresentar mais argumentos com o fim de impor o próprio ponto de vista. Quem for prudente há de perceber o que aqui há de ser possível. Ele possui um sentido para a decisão certa, que não deixa nem vencedores nem vencidos.
Tomás de Aquino acha que “prudência” vem de “providência”. Para tomar decisões prudentes é preciso, pois, de um horizonte mais amplo. É necessário enxergar além do momento presente, ter uma perspectiva, uma visão para não se prender a decisões isoladas. Num horizonte mais amplo é possível julgar melhor o que é certo para este momento.
Quando aprendemos a confiar na parte intuitiva de nossa natureza, compreendemos melhor que a inspiração é recebida constantemente, para nos ajudar a trilhar os caminhos de nossas vidas. A inspiração é uma forma de levar o espírito até o “eu”. Você pode perguntar o que é o espírito. Nas tradições sagradas considera-se o espírito como a energia vital que forma o tecido conectivo entre todas as coisas vivas e o Grande Mistério, o Criador, Deus. Cada vez que limpamos a mente e nos permitimos ficar quietos, a inspiração pode chegar, porque permitimos que o nosso espírito ou força vital universal, entre em nosso espaço sagrado. À medida que continuamos a curar nossas vidas, tornamo-nos mais conscientes dos lampejos momentâneos de intuição que nos convidam a explorar novos aspectos do potencial humano.
Honrar a intuição é a chave para viver em sincronia com tudo o que é vivo e com o Grande Mistério. Se prestamos atenção à intuição, considerando-a uma força criativa, teremos mais felicidade para encontrar o fluxo universal da vida. Quando permitimos que este fluxo se torne parte harmoniosa de nosso ritmo pessoal, instintivamente passamos a saber certas coisas. Todos já ouvimos histórias de pessoas que foram advertidas pela intuição para não entrar em um avião que iria cair. Existem incontáveis histórias sobre uma intuição que foi ouvida e mudou para sempre o curso da vida de alguém.
A intuição é a orientação divina que nos vem quando somos capazes de escutar ou sentir o nosso interior. Esta orientação se torna parte natural de nossas vidas à medida que continuamos a desenvolver os talentos ligados ao lado intuitivo da natureza humana. Quando permitimos que nossos sentidos se aprimorem, atingindo novos patamares, a nossa certeza e autoconfiança desabrocha e nossa visão do mundo muda radicalmente.
Visões são metas que apontam para além da própria pessoa. São imagens do futuro que as orientam, capacitando-as a grandes realizações. As pessoas muito bem-sucedidas sempre foram e são impulsionadas por visões. As visões provocam determinação e profunda convicção interior. Elas são uma fonte de energia que sempre liberta novas forças.
O caminho para as visões passa por uma vida consciente, com metas precisas. É inevitável que, seguindo esse caminho para determinadas metas, você caia em crises maiores ou menores. Mas toda crise é um sinal claro dos processos de mudança, e assim ela sempre é também uma oportunidade. Para crise, os chineses têm um sinal composto: perigo e chance.
As benções recebidas através da intuição nos permitem crescer por saltos. Aprendemos como os arquétipos do mundo interior podem nos ajudar a descobrir quem somos, de onde somos, e como usar nossos dons, talentos e habilidades.
Estes dons da intuição podem ser usados na cura, nos negócios, no aconselhamento, nas artes, na criação dos filhos, ou em qualquer campo de atividade. Limitar a intuição a uma única área seria um despropósito.
Conteúdo extraído do trabalho de conclusão do Curso de Psicologia Transpessoal apresentado à Universidade Internacional da Paz – UNIPAZ, como requisito para a obtenção do título de Especialista.
Especialista: Lauro Miechuanski
Francisco Beltrão – 2011
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