A GRANDE TEIA UNIVERSAL

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  Para favorecer a compreensão, imagine um mapa rodoviário, com linhas de rodovias conectando todas as cidades do mapa; assim é a grande teia universal. As linhas de energia, em diferentes cores e texturas, se cruzam e conectam todos a tudo, porém, são diferentes segundo o indivíduo que as vê, porque cada pessoa possui uma perspectiva diferente de vida. Lendas antigas dizem que a grande Mãe Aranha teceu a rede do universo, ligando toda a criatividade e a vida, e instalando o princípio criativo do Grande Mistério em todas as coisas.

   

          A grande teia universal é criada por um fluxo divino de consciência e de força vital, e também pelas coisas não-físicas que os seres humanos criam, como sentimentos, pensamentos, inspirações, opiniões, julgamentos, imaginações, sonhos, aspirações, intenções e criatividade pura.

   

          Criar e manter conexão é o mesmo que falar de unidade, de comunhão de uma complexa relação de essências. O que aproxima as essências é o poder de atração que cada facho essencial exerce ao seu redor, garantido pela intensidade semelhante de frequências. Por isso, cuidar da essência é qualificar a força de unidade ou de conexão que existe entre as essências diluídas em cada ser humano ou ser vital, espalhados pelo universo. A sabedoria do Oriente sempre disse que nós nos comunicamos pela nossa essência, antes que por palavras. É o sopro, o Espírito que habita em cada ser que cria comunhão com tudo. Essa inteira unidade sutil é que pode ser chamada de espiritualidade. Por isso, pode-se dizer que o que realmente atrai é a intencionalidade, consciente ou não, favorecida pelo nível de liberdade existente em cada ser, para que se manifeste a mais pura essência.

   

         Cada ser humano possui o poder e o compromisso de manter a unidade espiritual cósmica universal. Como colunas vibratórias de luminosidade, irradiamos força vital ao nosso redor e ao mesmo tempo criamos ou alimentamos a Grande Rede Universal com todos os humanos. Neste sentido cada indivíduo carrega a totalidade da essência humana em seu ser. Para tudo o que ele experimentar e vibrar internamente vai encontrar aliados ao seu redor, nunca se encontrará só, de onde ele vibra é que ele se conecta, da luz ou das sombras, da graça ou da desgraça.

   

          Por isso que os mestres espirituais dizem que aquele que não reúne, espalha. Nunca estará isento de qualquer influência. Na zona do espírito qualquer postura sempre fará movimento, pois quanto mais sutis forem as ondas de vibração, mais distância alcançará. É mais um motivo para estarmos conscientes de onde estamos com a nossa consciência. Não conhecer-se é desconhecer o que se está gerando. A inconsciência tem muita probabilidade de gerar distorções na humanidade. Quando mudamos a nossa forma de pensar, sentir ou as opiniões que temos, nossa experiência de vida se modifica ao mesmo tempo que influencia na totalidade. A Teia Universal reage às mudanças que fazemos em nós mesmos e nos oferece novas oportunidades a cada vez que abrimos a percepção para novas possibilidades, alterando os hábitos que nos mantinham presos a rotinas fechadas.

   

         Para atingir qualquer meta na vida, é preciso ter energia, mas poucas pessoas compreendem que desperdiçam energia cada vez que se preocupam, que geram pensamentos negativos, ou tagarelam inutilmente. As pessoas não percebem ainda que podem mover essa energia ou apanhá-la, quando necessitam, da Mãe Terra, do Criador e do Universo. A energia está em todos os objetos físicos ou materiais, assim como nos pensamentos, sentimentos e emoções que não são físicos. Podemos usar a energia para o bem ou para o mal, depende das nossas escolhas pessoais. Precisamos direcionar a nossa energia de forma positiva, para que ela nos leve além dos comportamentos estagnados e opacos, que drenam preciosas reservas destas, e nos elevem a novos e transformadores níveis de experiência de vida. Para descobrir e usar adequadamente esta força vital, precisamos entender como a Teia Universal funciona.

   

          A maioria das pessoas não percebe que está sempre enviando os seus pensamentos e sentimentos para o resto do mundo. A caricatura clássica de um personagem andando em círculos com uma nuvem negra sobre a cabeça mostra por que tendemos a evitar uma pessoa que está passando raiva ou negatividade. Esta raiva é sentida pelos outros, mesmo não sendo uma coisa física. A pessoa que carrega a nuvem negra pode se perguntar por que os outros a estão evitando. Se esta pessoa estiver enviando inveja, ciúmes ou raiva para os outros, o efeito pode ser tão forte quanto dar um soco no estômago de alguém. Como se vê, na Teia Universal, a energia negativa destas emoções implode naquele que as envia, penetrando também no Espaço Sagrado, ou campo energético do destinatário. Os resultados são os mesmos nos mundos visíveis e invisíveis.

   

          Apesar de termos consciência daquilo que pensamos e sentimos sobre determinados assuntos, geralmente não sabemos que nossas opiniões criam padrões que nos envolvem e interferem em nossas experiências de vida. Nós carregamos fardos invisíveis, criados pelas nossas limitações, nossos pensamentos negativos, nossas feridas emocionais. Algumas vezes, através do sonho podemos desenrolar estes padrões de medo ou os fios de nossas limitações. Sonhos geralmente são metáforas e muitas pessoas acham que não conseguem se lembrar deles. Estas pessoas podem ter atingido um estágio em que os sonhos não exercem mais um papel significativo, podem estar sendo poupadas pelo seu subconsciente ou ainda não têm memória da criação subconsciente ou do processo de desvendamento, mas ele pode estar ocorrendo da mesma maneira.

   

        As decisões que tomamos em nossas vidas cotidianas podem ser diretamente influenciadas pelas opções feitas durante o sono e o sonho. Algo que nos preocupou muito na noite anterior pode parecer fácil de resolver pela manhã. Depois de um dia difícil, se nós decidirmos conscientemente desistir de ter uma decisão, talvez na manhã seguinte fique claro para nós que podemos encontrar uma forma de acordo ou solução adequada. Por meio de uma decisão consciente nós alteramos a Teia Universal ao reconfigurarmos nossas intenções.

   

        Temos muitos exemplos de medos e bloqueios que limitam ou impedem pessoas de modificarem a sua realidade e evoluir. Por exemplo, pessoas que nunca se afastaram da localidade ou região em que nasceram podem ter medos ocultos ou julgamentos preconcebidos sobre qualquer um que pense diferente, que pratique outra religião ou que tenha costumes diversos. Se estes medos não forem curados, com o tempo os preconceitos crescem e se transformam em opiniões rígidas, que limitarão a habilidade da pessoa para discernir novos horizontes. Quando curamos nossos medos de costumes desconhecidos ou terras estranhas, conseguimos ver a beleza que existe em práticas culturais diversas. Com o tempo, ao experimentar coisa novas, abraçamos uma solidariedade humana que nos dá uma visão panorâmica de nossa humanidade, e nos permite ver a nós mesmos como cidadãos planetários e universais.

   

          O medo também pode ser um aliado da vida humana, mas ele pode ser um grande obstáculo para o progresso e desenvolvimento do nosso ser. Quando sadio, ele nos protege de toda precipitação e perigo, mas quando ele é tóxico pode nos aprisionar no nosso próprio ser, nos mantendo encarcerados nos labirintos de nossa inconsciência.

   

          Todo ser precisa de proteção, de cuidado e de segurança básica para poder manter-se e desenvolver-se, porém, existe uma considerável diferença entre se auto proteger e viver defensivamente. Quando temos medo generalizado, tudo vemos com desconfiança e medo de que algo possa nos ferir, qualquer direção que formos, chegará antes a nossa apreensão e insegurança. Então, tudo se torna inseguro. O medo é capaz de criar um estilo de vida para uma pessoa. Ela pode se tornar muito tímida, retraída ou extremamente impulsiva, agressiva e autoritária. A maioria das pessoas dominadoras e consideradas valentes são, internamente, muito vulneráveis. O medo se antepõe ao fracasso, criando-lhes estratégias para não sucumbir. No entanto, se sentem tão inseguras, pois somente elas sabem o quanto são frágeis lá no seu mais profundo EU.

   

          Cada vez que eliminamos uma ideia fixa, criada por causa do medo do desconhecido, rompemos uma barreira de energia represada. Nossas ideias preconcebidas e falsas, e nossas resistências à mudança, são neste momento libertadas. Quando vencemos qualquer limitação auto imposta experimentamos uma profunda sensação de alívio, acompanhada por uma grande quantidade de força vital nova. Ao resistirmos a certas emoções, gastamos enormes quantidades de energia que restringem o fluxo vital, criando mais uma represa a impedir o nosso crescimento potencial. Como sentimentos e pensamentos são intangíveis, eles se situam na Teia Universal, além de nossa visão normal. Podemos não ver os falsos conceitos desaparecendo quando os eliminamos, mas sentimos seus resultados quando as comportas de força vital se abrem e a energia volta a circular em nosso corpo.

   

          O medo está presente na humanidade desde o seu começo. Não somente o medo das forças da natureza, dos animais, das doenças, do imprevisível ou da morte, mas principalmente o medo de ser ferido por outro semelhante. Onde há alguém semelhante, pode haver quem possa nos conhecer, descobrir, descortinar todo o cenário da dinâmica do nosso ser mais íntimo. Surge o medo de não sermos aceito, não compreendido, amado e respeitado.

   

          Existem também os medos coletivos, aqueles que a própria humanidade criou, o medo das armas que destroem a vida, das guerras, medo de perder espaço de liberdade, de não ter o suficiente para viver, para atender as suas necessidades básicas, para viver com dignidade. Superar o medo é abandonar a certeza que temos de que o passado é mais seguro do que o presente e o futuro. É acreditar que para cada instante há um dom a ser revelado e uma surpresa a ser reconhecida.

   

   

  Conteúdo extraído do trabalho de conclusão do Curso de Psicologia Transpessoal apresentado à Universidade Internacional da Paz – UNIPAZ, como requisito para a obtenção do título de Especialista. 

   

  Especialista: Lauro Miechuanski

  Francisco Beltrão – 2011