Nova Consciência

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APRENDER A APRENDER

  • Cada coletividade estrutura um sistema educacional, formal ou não, que é passado de geração para geração. Em nossa sociedade atual temos uma visão educativa voltada ao desenvolvimento do pensamento de um mundo manifesto, denso, voltado ao desenvolvimento racional, tecnocrático e consumista. Um processo educacional com esta visão pode afastar o indivíduo das dimensões mais sutis do SER e isto pode ocasionar um desenvolvimento fragmentado do SER humano. Além disso, a maioria dos sistemas educacionais podem não respeitar as diferenças entre indivíduos e tentar homogeneizá-los a partir do pressuposto de que a sua visão é melhor e mais adequada a todos.

     

           Na sua grande maioria, não fomos educados a olhar o nosso interior, então também não sabemos colocá-lo em relação íntima com o que encontramos no exterior de nós mesmos. Dessa forma, focados para o externo, produzimos muitas coisas alienadas ao nosso EU. Separadas da nossa inteireza essas coisas, muitas vezes, mesmo que criadas por nós, estão mais a serviço do nosso ego e serão as mesmas que mais tarde nos machucarão, através de seu caráter mecânico ou pelo nosso olhar separatista.

       

       Temos necessidade de uma visão mais abrangente, que permita a promoção da inteireza do SER humano, permitindo-lhe que, em cada fase da sua existência, possa tornar-se um ser inteiro, conectado com a Totalidade, da qual é parte.

     

       Até que a vida nos desperte, não costumamos ter consciência dos padrões que tecemos nos mundos invisíveis, nem do que nos deparamos ao sonhar. A maioria de nós não vê a conexão entre os pensamentos e comportamento pessoais e a forma como os outros reagem a nós. Mas o fato é que os seres humanos são um somatório energético de tudo o que sonham, imaginam, pensam, percebem, e sentem, a qualquer momento. A imagem interna que formamos – aquilo que “pensamos que somos” – afeta e determina diretamente como percebemos o mundo, e também nossas experiências pessoais. Em certa tradição, esta percepção da vida, que é totalmente individual, é chamada Sagrado Ponto de Vista”. A realidade é criada e recriada quando mudamos nosso Sagrado Ponto de Vista para abranger novas possibilidades e ideias mais amplas.

         

     Temos a capacidade de mudar nossos comportamentos e alterar nossa perspectiva sobre como vemos as coisas, como nos sentimos na vida e sobre as opiniões que escolhemos. Esta habilidade vem não apenas de escolha pessoal, de livre-arbítrio, mas também da capacidade de ver todas as experiências da vida como iniciações, que nos transformam em seres humanos completos. Todos nós crescemos e nos transformamos de forma individualizada e segundo o nosso próprio ritmo. Todos somos únicos, e consequentemente os caminhos que abraçamos durante nossas vidas são determinados por nossos níveis particulares de compreensão. Partindo de perspectivas pessoais, montamos mentalmente a nossa visão da vida, acrescentando uma informação de cada vez. A realidade pessoal é construída através destas convicções mentais, e a vida responde nos mostrando as atitudes positivas ou negativas que escolhemos em nosso processo de construção.

         

     Quando crescemos aprendemos a incorporar novos pontos de vista, sem abandonar nada do que conhecemos ou aprendemos antes. Adotamos novas visões de realidade, mais expandidas, com mais camadas, que nos oferecem o benefício de inumeráveis novas oportunidades. Tendemos a nos fechar e ignorar a nossa capacidade de percepção em função de traumas, dor psicológica e emocional, abuso físico, ou falta de um ambiente que nos alimente. Estes eventos desfavoráveis à evolução criam véus de separação escondem o espírito ou a energia que envolve todas as formas físicas, deixando-nos apenas com a visão concreta daquilo que acreditamos ser real.

           

    As metas fundamentais de todos os ritos de passagem, ou iniciações da vida humana, são: aprender a curar as dores e ressentimentos do passado, não ter medo do futuro e aprender a estar plenamente presente em todos os momentos.

           

    Mais cedo ou mais tarde acabamos entendendo que a vida é toda inter-relacionada e interdependente. Nenhuma resposta existe fora de nós. Contemos as respostas em nós porque estamos ligados a tudo através do enlace de nossos caminhos individuais com fios universais de energia da Teia Universal. Quando não mais carregamos a consciência de sermos vítimas, ou seres sozinhos no universo, aprenderemos a participar sem medo da teia Universal. Algumas das qualidades que desenvolvemos são: a capacidade para escolher um caminho, concentrar nossa atenção, seguir em frente com dedicação e comprometimento, tomar posse da sabedoria encontrada na trama invisível e utilizar esta sabedoria.

            A maior parte da insatisfação que a humanidade experimenta é fruto da busca em sentido avesso, ou seja, busca fora aquilo que está dentro. Por isso, corre aceleradamente porque parece que para superar a insatisfação que experimenta precisa ir para algum lugar a ser alguma coisa, e quando chega onde imaginava, que lá estivesse a resposta que acalmaria essa insatisfação sente aumentar a ânsia e a frustração, pois, mesmo tendo corrido muito e chegado onde imaginava, e tendo obtido exatamente o que queria, a sensação de insatisfação interna não se resolveu.

     

            Na lei da eterna busca há um segredo que não foi facilmente revelado: aquilo que inquietamente buscamos, no desejo de saciar a essência do nosso EU, se encontra exatamente, no fundo de nosso EU. Por isso, não precisamos ir a lugar nenhum e nem precisamos ser alguma coisa para ser que somos. Basta olhar o fundo de nós mesmos, uma vez que o lugar é o nosso interior. E não precisamos ser nada, pois já somos tudo na nossa inteira consciência.

     

            Nosso progresso pessoal é uma questão de livre-arbítrio. Até onde estamos dispostos a ir para conseguir a compreensão depende, em última análise, de nosso desejo de nos convertermos em exploradores. Podemos nos ver como vítimas arremessadas entre a felicidade e o desespero, ou podemos olhar mais fundo e começar a assumir responsabilidade por nossos pensamentos, sentimentos e ações. Quando escolhemos mudar, e nos recusamos a seguir sendo vítimas, estamos escolhendo  ver a vida do ponto de vista da águia, que do alto consegue ver sistematicamente a realidade. O poder da ligação pessoal com o Criador e com a espiritualidade se encontra no indivíduo que está disposto a se comprometer com os caminhos de iniciação da vida. Quando reconhecemos que somos seres espirituais, e que estamos dispostos a lutar nas trincheiras da auto-suficiência humana, perseverando na integridade pessoal, escolhemos nos testar, entrando nos caminhos da iniciação humana que conduzem à verdadeira totalidade.

     

            “Conhece-te a ti mesmo!” Esta célebre inscrição no templo de Apolo em Delfos constitui uma tarefa para a vida inteira. A psicologia moderna pressupõe este autoconhecimento quando exige: “Torna-te quem tu és!” Quer dizer que nós precisamos desenvolver sempre mais aquilo que está em nós.

     

            Lutar contra um ser perigoso e aterrorizante que está em nós é um processo de amadurecimento e desenvolvimento do ser humano que se caracteriza por crises e riscos. Temos a opção de evitar, retrair-nos do grande dragão que está dentro de nós ou podemos enfrentá-lo. Esta última escolha, na prática, muitas vezes é dolorosa, e pode vir acompanhada de derrotas, fracassos e perdas, mas são opções necessárias para interiormente enfraquecer os nossos medos e descortinar o  desconhecido, nos enriquece e nos prepara para transitar em outros mundos. Isto é evolução.

     

            Todos os treinamentos e caminhos transpessoais aliados a uma convivência atenta com as pessoas e com as coisas, nos proporcionam, além do pensamento cognitivo e analítico, um reconhecimento mais amplo de tudo o que existe. Treinar a atenção e a aplicação da autodisciplina e da autopercepção amplia a visão que temos de nós mesmos, dos nossos sentimentos, do nosso contexto, das pessoas ao nosso redor e do mundo que nos cerca.

     

           Em nossa vida somos conduzidos pelos conceitos que interiorizamos ao longo do nosso desenvolvimento. A principal tarefa na vida de uma pessoa deve ser o seu próprio desenvolvimento, ir fundo na percepção que tem de si mesmo, dos seus sentimentos, dos seus padrões, seus valores, sua espiritualidade e da percepção que tem sobre tudo o que o cerca.

     

            Evoluir é assumir uma nova postura e nova atitude interior. Para transitar em um novo mundo é preciso ter coragem para enfrentar as coisas de uma maneira diferente do que estamos habituados. Isto significa que teremos que assumir riscos, precisamos estar preparados para mudanças, para algumas perdas, para abrir mão de algumas situações confortáveis e inclusive para fracassar em alguns momentos.  A conquista de novos padrões de comportamento e de novos hábitos exige muita perseverança e disciplina, é olhar para as “próprias feridas” – para as próprias falhas e fraquezas - e admitir conscientemente que são suas e precisão ser tratadas e sanadas por você, que possui pontos fracos que te cercam, limitam e atrapalham. O trabalho evolutivo começa em nós mesmos, admitir que se é imperfeito e que temos que lutar constantemente contra os nossos hábitos, heranças, comodismo, influências, sonhos egóicos e ter a ciência de que a cada dia teremos que superar os nossos próprios limites, do contrário não poderá haver evolução.

     

            A humildade é a grande virtude da evolução. Esconder-se por trás dos sucessos e das capacidades, considerar-se como possuidores de mais valor que de fato possui, pode nos levar a bloquear a indispensável disposição para aprender, enquanto o nosso egocentrismo nos faz girar em torno de nós mesmos reforçando que somos autossuficientes e temos mais a ensinar do que aprender. Esta falsa segurança tende a aumentar o nosso “ego” – nosso pequeno ‘eu’. Revitalizá-lo constantemente deve ser a nossa meta e quando descobrimos que nós precisamos muito mais do que este ‘eu’ representa, ele perde seu poder e dá espaço à humildade a reconhecer o quanto temos a evoluir.

     

             Ao contrário, egocentrismo é a autodeclararão de “vítima” do processo. Quando se considera vítima, é “inocente”, não precisa nem pode fazer nada, os outros é que estão errados e precisam mudar, a ela apenas compete reclamar e lamentar.  Este sentimento de “inocência” dá uma falsa sensação de que as providências não dependem de nós e sim dos outros. Com esta disposição e atitude de vítima nós apenas nos prejudicamos, nos tornamos incapaz de agir. Precisamos passar para o outro lado, ou seja, de vítima para autor, de alguém que se omite para aquele que empreende e transforma em atitudes positivas. Em todas as situações isso é possível, mesmo que poderemos cometer erros, que estaremos expostos à crítica dos outros, porém, agir em lugar de lamentar-se, só quando nos empenhamos e assumimos riscos é que, com êxito, teremos também a sensação de superar, de vencer, de evoluir e de ser feliz.

     

    Conteúdo extraído do trabalho de conclusão do Curso de Psicologia Transpessoal apresentado à Universidade Internacional da Paz – UNIPAZ, como requisito para a obtenção do título de Especialista. 

     

    Especialista: Lauro Miechuanski

    Francisco Beltrão – 2011

 

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