Nova Consciência

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NEM TUDO É LUZ

  • Nem tudo é luz

    Todos nós temos o nosso lado sombrio, assim como no universo onde também contém sombras, uma vez que nele tudo contém, ele nada esconde. Quando o acessamos pelos bons pensamentos e sentimentos, abre para nós tudo o que há de mais nobre e sagrado. No entanto, se entramos em contato com ele através de nosso lado sombra, também ele estará abrindo o seu lado escuro, colocando-se em comunhão conosco através da sombra.

     

            Quando nos recusamos a prestar atenção aos sinais sutis que informam a necessidade de uma mudança em nossas vidas, grandes passagens pelo caos e pelo desespero interior forçarão nossa vida a mudar drasticamente. A vida humana proporciona a experiência destas passagens através da escuridão, nos níveis espiritual, emocional, psicológico e físico. Nestes períodos, achamos que a luz na janela, que representa a segurança do lar, se apagou e parece não haver saída. Imaginamos haver perdido nossa conexão com o Grande Mistério, Deus, o Criador. Temos a sensação de estarmos abandonados e sozinhos, achamos que ninguém compreende o que estamos passando e que forças ocultas trabalham contra nós. A maioria das pessoas reconhece estas características porque já passaram por algumas “Noites Escuras”, em momentos de dor, incertezas ou perda.

     

            Em uma das tradições nativas, as “Noites Escuras da Alma” são como ritos de passagem, iniciações que nos fazem reagir de formas que irão inevitavelmente temperar e fortalecer a natureza guerreira que é parte de nosso espírito. Qualquer homem, mulher ou criança da Terra traz esta bravura dentro de si, e conquista a vitória sobre a Noite Escura da Alma simplesmente por haver sobrevivido, sabendo que fez o melhor que pôde naquelas determinadas circunstâncias. Aceitar estes duros ritos de passagem nos torna bravos, corajosos, e nos faz reconhecer a natureza guerreira de nossa essência espiritual. O espírito humano desperto trilha com graciosa firmeza os caminhos da transformação, esperando sempre que conectemos a essência do poder que existe em nosso guerreiro interior. Se agimos a partir de nossa natureza guerreira, enfrentando o que está diante de nós, em vez de nos fecharmos nos momentos difíceis, não precisaremos repetir as difíceis lições quando somos obrigados a encarar questões desagradáveis. Só então começamos a compreender a força oculta de nosso Poder de Cura pessoal.

     

          Se continuarmos a negar o que acontece, recusando-nos a assumir responsabilidades diante destas situações, a Noite Escura da Alma continua, como uma montanha-russa, durante anos em nossas vidas. Por exemplo, as compulsões e os vícios podem destruir certas vidas e criar uma Noite Escura para famílias inteiras. Doenças longas que requerem dedicação de familiares são outro exemplo, em que tanto o doente quanto aqueles que cuidam dele são afetados. O caos pode se abater em nossas vidas de inúmeras formas; dependendo de nossa atitude, podemos escolher apanhar os pedaços que restam e começar de novo, ou desistir. Cada decisão que tomamos coloca em movimento um novo curso de ação, refazendo a trama de nossas vidas e de alguma forma influenciando os acontecimentos futuros.

     

          Como o universo é Fonte inteligente, luminosa e generosa, também é a sombra de tudo isso. Não é de se estranhar que as religiões falem dos anjos de luz e dos anjos das trevas e que o coração humano é o palco da luta dessas duas forças. Tudo depende da frequências que se estabelece por parte do ser humano. Se ele se deixar tomar pelos pensamentos negativos e sentimentos desagradáveis ressonantes destes, então ele terá do Universo a resposta correspondente a esse tipo de vibração. Pois, o ser humano é tanto sábio quanto bandido, se ele quiser. Assim como o Universo. Tudo depende de onde ele pousará sua consciência. A desatenção pode levá-lo à confusão e ao caos. Àquela parte do Universo avessa, e não contraditória, à luz e à ordem. Se o simbólico pertence ao Divino e é atributo de Deus por excelência, o outro lado é aquele do diabólico, da desordem, do espalhamento, da fragmentação, da parcialidade e do estreitamento.

     

           Sempre que as religiões e as tradições têm falado de uma forma ou de outra, em anjos e demônios, céu e inferno, luz e trevas, parecem admitir essa inteireza do Universo e do ser humano como um todo. A única diferença, talvez, é que normalmente separaram um aspecto do outro, colocando um abismo entre as duas faces dessa mesma realidade. Não perceberam que o diabólico é somente o outro lado do simbólico. E que um não é assim tão inimigo do outro. Talvez apenas o avesso.

     

          No entanto, não é a mesma coisa experimentar ou acessar qualquer um dos lados. Em cada um a experiência é diferente. Um é mais perto da completude e da harmonia, o outro do desconforto, da dissonância interna, do caótico e desarmônico. Um deles confere a sensação de estar cumprindo a intenção mais profunda da alma. O outro desencadeia uma possível saudade de algo perdido ou ainda não encontrado, não elaborado ou organizado.

     

          Mas, mesmo assim, um necessita do outro e contribui para o cumprimento da trajetória humana de quem os experimenta. É lá no caos que habitam os conteúdos ainda não acessados. Ali está a mina de preciosidades ainda não exploradas de nós mesmos. É a experiência do amor e do deserto, que todo ser humano precisa experimentar.

     

          As Noites Escuras da Alma sempre chegam para nos ensinar, em última instância, a abandonar a covardia. Parafraseando Cormac McCarthy, outor de All the Pretty Horses: “O covarde é o primeiro a abandonar a si mesmo, e desse ponto de covardia em diante, todas as outras traições se tornam mais fáceis”. Qualquer pessoa que já atravessou com sucesso uma Noite Escura da Alma desenvolveu a capacidade de resistir, de encontrar força interior, de aprender com seus erros e se responsabilizar por eles, de recolher os pedaços e seguir em frente, tornando-se, assim, uma pessoa melhor. Quando reconhecemos quanta coragem é necessária para enfrentar a jornada humana, passamos a ver as coisas por outro ângulo. È um ato de coragem viver neste mundo, neste tempo, por isso devemos honrar a nós mesmos, reconhecendo o valor inerente a um ser humano que não abandona sua integridade em seu propósito de existência.

     

             Permanecer ligado a uma fé pessoal é um outro tipo de escolha que enfrentamos ao atravessar uma Noite Escura da Alma. A chave para abrir nossas portas emperradas durante nossa passagem está na oração e no pedido de orientação. A resposta não virá necessariamente sob a forma de uma visão ofuscante ou de uma presença angelical. Revelações pessoais podem surgir na forma de um sussurro do coração, um pensamento passageiro, ou um sentimento suave que podemos ignorar se quisermos, mas a orientação ou a inspiração espiritual estará lá se pedirmos ajuda e permanecermos abertos para ela. A sincronia de eventos, como uma palavra de bondade vinda de uma pessoa estranha, ou a mão amiga que nos toca com compaixão, podem mudar nossas vidas. Talvez nossas respostas estejam em observar como uma outra pessoa sobreviveu a um acontecimento trágico. Tudo o que experimentamos na vida pode ser uma iniciação, e cada opinião que temos sobre como iremos sobreviver e crescer pode apoiar o nosso processo, ou então inibi-lo.

     

          Se pela Lei da Atração Universal se diz que só é possível obter aquilo que ocupa o nosso pensamento, numa visão mais mística pode-se dizer que na verdade nós atraímos aquilo para o qual estamos profundamente atentos de nossa essência. Quando advertimos um vazio existencial no nosso eu profundo, por exemplo, temos duas saídas; ou seguimos nosso desejo e vamos em busca daquilo que pode preencher este vazio, ou nos apegamos ao vazio dando voltas nesse buraco da alma e assim atrairemos cada vez mais sensações de vazio dentro de nós. Em última instância, somos nós que criamos nossa realidade. Temos o mundo que desejamos. E o Universo nos dá aquilo que vamos buscar.

     

         Neste sentido, é muito importante a convicção profunda de que nós somos fontes vibráteis, tanto no físico, como no afeto e no espírito. Da mesma forma com o universo, a qualidade de relação vibracional que estabelecemos com ele vai depender do nível de nosso desejo e da capacidade de desapego aos padrões de medo e ilusão que possivelmente carregamos dentro de nós. Eis a importância de nossa intencionalidade e da qualidade de nossas aspirações. É a nossa consciência que evolui e assim faz evoluir o teor da intenção.

     

     

    Conteúdo extraído do trabalho de conclusão do Curso de Psicologia Transpessoal apresentado à Universidade Internacional da Paz – UNIPAZ, como requisito para a obtenção do título de Especialista. 

     

    Especialista: Lauro Miechuanski

    Francisco Beltrão – 2011

     

 

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